Em conclusão dos dois últimos textos, sobre nós e os outros:
Lidar mal com quem nos rodeia através de reações imediatas, críticas simples e apreciações rápidas, serve apenas para atingir o brio dos outros e aumentar animosidades, que são tóxicas para nós e para os outros.
Normalmente reagimos a quente aos comportamentos negativos dos outros.
É uma reação imediata porque é aquela que surge à “flor da pele”. Costumamos até dizer que “quem não se sente não é filho de boa gente”.
No entanto se aprendermos a controlar as emoções e a reagir de um modo “morno” e “controlado” vamos conseguir atingir uma atitude que segue mais o- que-somos e menos o-que-os-outros-são.
Se refletirmos: todos os dias nos chegam noticias e histórias de todo mundo que atestam casos de falta de tolerância, de falta de respeito, de violência e outros acontecimentos que espelham a imaturidade de grandes líderes mundiais – e assim de uma sociedade confusa por falta de um entendimento, uma identidade e referências.
Estas notícias trazem-nos na minha opinião um enorme desafio e espelham uma tremenda incoerência na gestão dos sentimentos, em especial na forma de lidar com as pessoas.
De facto, as emoções quando são bem usadas e vividas inspiram sabedoria e bem-estar.
A inteligência das nossas emoções e a força do nosso carácter orientam o nosso pensamento, as nossas relações, os nossos valores e as nossas escolhas.
Emoções essas, também, frágeis; e que facilmente se desequilibram.
Pelo que o grande dilema não vem das pessoas mas da forma como transpomos e gerimos os sentimentos e nos relacionamos com elas.
Temos na mão um maravilhoso poder. Que se atrai pelo entendimento maduro das nossas emoções e da nossa ligação com os outros. Honesta e criativa. Ponderada e paciente.
Só dependerá de cada um de nós: melhorar esta habilidade de reagir, bem, às ocasiões da vida e assim tentar “influenciar mais a vida do que ser influenciado por ela” (Fernando Neves de Almeida, 2013).
Cláudia Rodrigues Coutinho
Luanda, 8 de maio de 2019