Com a vida a correr o tempo deixou de contar. Andei várias semanas assim.
Sem palavras para escrever.
Às vezes acontece: temos de parar para continuar.
Sempre que somos confrontados com aquilo a que costumamos chamar de ocasiões da vida damos por nós a procurar um melhor.
É assim que analisamos os momentos que nos pedem decisões: consoante um melhor avançamos ou recuamos; partimos ou recomeçamos.
Mas o que é afinal este melhor?
Lia, nestes dias, um livro de Luís Portela; e num dos seus pensamentos ele partilha a ideia de que existem três tipos de pessoas naquilo que é a forma com olhamos, e qualificamos, o melhor.
Segundo este autor, existem aqueles que julgam ser bons ao ponto de considerarem impossível fazer superior: e enquanto assim pensarem tornam-se inaptos para conquistar um-ainda-melhor.
Depois, existem aqueles que pensam que não são bons o suficiente ao ponto de se convencerem que nunca serão aptos: e enquanto assim pensarem tornam-se incapazes de melhorar.
Por fim, existem aqueles que julgam ser possível fazer sempre melhor, através de um esforço contínuo e imparável de tentativas e erros: e enquanto assim pensarem tornam-se capazes de atingir um melhor-persistente-e-equilibrado.
Quem se desafia constantemente, sabe falhar, perguntar e voltar a tentar, será capaz de superar cada desafio e transformar as dificuldades e as incertezas em novas oportunidades para aprender mais.
Todos os dias acordamos tentados a descobrir um melhor. Queremos ser felizes e se possível cada vez mais felizes.
Um melhor que pode vir da sensação do reconhecimento dos outros, ou da sensação de ter conforto, de ter sustento, uma boa casa ou um bom carro, daquele corpo perfeito ou de muito dinheiro.
Ou um melhor que se alcança através de uma simples paz de espírito, da saúde, da cultura e do conhecimento; da família (ou não); do casamento (ou não), dos filhos (ou não), da carreira profissional (ou não).
Ou simplesmente um melhor que surge da humildade de saber aprender com tudo e com todos, todos os dias.
A aprendizagem com humildade, solidariedade e persistência produz felicidade.
Uma felicidade que é inspirada por um melhor que imaginamos – e que vai muito além do singular prazer de ter ou de saber.
Um melhor, esse, que surge da alegria de conseguirmos ser o que idealizamos, fiéis a nós mesmos.
A melhorar. Todos os dias. Com entusiasmo e coerência. Para nós e para um todo.
E se for preciso: parar. (Como eu fiz)
A falhar e a acertar. E a saber e a não saber o que é o melhor.
Cláudia Rodrigues Coutinho
Luanda, 13 junho 2019
É TUDO ISSO. O MELHOR NÃO ESTÁ CUMPRIDO. VAI ACONTECENDO SE A NOSSA CONSCIÊNCIA FOR ENRIQUECENDO COM A NOSSA VIVÊNCIA. E QUANTAS VEZES NÓS MUDAMOS PARA ATINGIR O MELHOR, MAS NÃO CONSEGUIMOS O OBJECTIVO.
O MELHOR SERÁ A NOSSA VIDA CONSEGUIR CUMPRIR AQUILO A QUE CHAMAMOS VIVER EM HARMONIA COM A NOSSA CONSCIÊNCIA E COM OS OUTROS. MAS NUNCA DEIXEMOS QUE OS OUTROS NOS USEM PARA CONTROLAR O QUE SOMOS.
BEIJINHOS QUERIDA.