Uma doce reconciliação com a vida e com os outros

A Surpresa de uns amigos e uma grande lição de Angola

O texto de hoje é, de algum modo, o mais pessoal que já partilhei no Gota de Mel.

A foto que o acompanha não tem a maior qualidade na imagem – mas a maior no coração.

Decidi escrevê-lo porque acho que devemos contar as boas histórias reais da vida.

Nem o meu coração me autorizaria tal silêncio em  palavras de felicidade e de crescimento – como é a nossa, de Angola.

E se há coisa que Angola é rica, para além de tantas outras, é em aprendizagens simples e intensas.

Sabe encaminhar-nos, como nunca, para o autêntico, e principal, centro da vida.

As histórias positivas, que de algum modo sublinham o melhor da vida e relembram os maiores poderes que temos na nossa posse, devem ser contadas.

 

No sábado que passou tínhamos um jantar marcado na casa da Rita e do Pedro.

A Rita e o Pedro são  amigos que “viraram” família, nestes 4 anos a viver em Angola.

Eles adoram receber os amigos e nós, ainda mais, de sermos recebidos por eles.

Quando chegámos a casa da Rita e do Pedro já lá estavam a Catarina, o Miguel e a Katja – outros dos nossos amigos-família que conhecemos em Luanda, e com quem íamos jantar uma açorda de marisco feita pela Rita – uma cozinheira admirável. 

Aguardavam por nós lá fora e assim que chegámos trataram de nos apressar  para a sala interior onde ia decorrer o jantar. Fomos em primeiro e na altura de abrir a porta :  tivemos a maior das surpresas.

No lugar da imagem de uma sala vazia, que eu esperava,  uma onda de braços estendidos e sorrisos abertos elevava-se para nós.

Eram mais amigos-família –  vestidos de branco – escondidos, à nossa espera.

Deixei de respirar, durante breves segundos, perante aquela grande energia dos amigos que se uniram, organizaram e combinaram um encontro com o único interesse de uma simples e sincera boa-vontade.

Presentearam-nos com os seus tempos e carinho, os anos de convivência e de partilha, em Angola.

Aquela nuvem branca de abraços ofereceu-nos um encontro ímpar com a generosidade e a festa, que as terras Africanas tão bem sabem harmonizar.

A porta do anexo da casa da Rita e do Pedro abriu o bem-querer dos amigos que escolhemos – e que nos escolheram – e reforçou o poder da empatia sincera entre pessoas que se cruzam e aproveitam.

Foi em breves segundos que abri aquela porta. Segundos esses que ainda perduram – de tamanha surpresa e  alegria. Segundos temo não acabarem.

Angola deu-nos mais uma poderosa lição. Ampliou-nos o significado da palavra amizade.

Com ela acontece magia.  

 

No momento da oferta do álbum de fotos cujo titulo é “África is not for Sissies”
Rita: a amiga bem disposta, companheira destes anos em Angola 
As choronas lindas
Miguel e Catarina _ amigos do coração
O Paulo e a Merry _ boa disposição
Xana: um amigo presente.
Katja uma descoberta muito boa. Um poço de emoção. Amiga do coração.
Rita e Kate: amizade e alegria
Amigas grandes das cores de África. Rita, Fia, Kate e Katja
Zinha, um poço de carinho e bondade.
Merry, uma pessoa boa e especial.
Kate amiga para sempre. Atenta e simples
Fia uma amiga querida do coração. Sentido de humor que eu adoro.
Teresa, a vizinha amiga. Sempre pronta a ajudar.
Andreia, uma pessoa especial e sensível.
A minha Raquel, um poço de alegria e uma presença atenta e amiga.
Ana sempre pronta a ir. De sorriso fácil e querido
Amigos

 

Cláudia Rodrigues Coutinho

Luanda, 17 de julho de 2019

Obrigada.

(por ordem alfabética): Ana; Andreia; Bruno; Catarina; Célia; Fia; João; Katja; Merry; Miguel M.; Miguel S.; Natasha; Ne;  Nuno; Paulo; Pedro; Pedro S.; Raquel; Ricardo; Rico; Rita; Teresa; Xana; Zinha..