



Não costumo escrever sobre as viagens que faço porque me atraso a terminá-las. Julgo, até, nunca as acabar.

É verdade: viver em Angola não é exacto; sabemos dos bons sentimentos e dos seus avessos; não há um sempre, um justo ou um certo; há um possível, um talvez e um incógnito.

Umas mãos finas, delineadas de ossos, elevavam-se sobre o vidro do carro: acompanhavam o corpo frágil de uns olhos, cor de mel, pequeninos. As pálpebras pesavam-lhe o olhar nítido, luzidio.

Dizem que se estamos felizes estamos gratos. Mas será que todas as pessoas felizes são gratas?

As melhores coisas que tenho tido em Angola não são as cores quentes, contentes, de um Verão constante; nem o encantamento do sol, veemente, que se põe deslumbrante; nem as praias por descobrir; nem a doçura das mangas e dos …

Contemplou a luz do sol de África que aparece, e parte sempre, no abalo das recordações infindáveis.